O ciclo de vida dos lubrificantes: assim se calcula a pegada de carbono

O ciclo de vida dos lubrificantes: assim se calcula a pegada de carbono
14 Maio 2025

Num contexto global marcado pela necessidade de reduzir as emissões poluentes, o cálculo da pegada de carbono tornou-se uma ferramenta fundamental para medir o impacto ambiental de produtos e processos. No caso dos lubrificantes, esta análise é crucial para identificar áreas a melhorar e avançar rumo a uma produção com menos emissões. 

Neste artigo, iremos explorar o que é a pegada de carbono, como é calculada ao longo do ciclo de vida dos lubrificantes e o papel da certificação em garantir a transparência e rigor destes cálculos.

O que é a pegada de carbono?

A pegada de carbono é um indicador que mede a quantidade total de gases com efeito de estufa emitidos direta ou indiretamente por uma atividade, produto ou serviço, expresso em toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). Este artigo centra-se na pegada de carbono do produto, que permite avaliar as emissões durante todo o ciclo de vida de um produto: da extração das matérias-primas utilizadas no seu fabrico, passando pelo seu uso e terminando na sua eliminação. Para mais informações, consulte o seguinte link.

Este conceito é essencial para compreender a forma como as nossas ações contribuem para as alterações climáticas e para identificar áreas onde seja possível reduzir as emissões. No caso dos lubrificantes, calcular a pegada de carbono implica analisar todas as etapas do seu ciclo de vida, considerando tanto as emissões diretas (libertadas por fontes que são de propriedade ou controladas pela empresa) como as indiretas (consequência das atividades da empresa, mas que ocorrem em fontes que são de propriedade ou controladas por outra organização).

As etapas do ciclo de vida do lubrificante

O ciclo de vida de um lubrificante segue um conceito conhecido como "do berço à tumba", que abrange da extração das matérias-primas à eliminação final do produto. Esta análise inclui as seguintes etapas:

  • Matérias-primas. A extração e processamento dos recursos necessários para fabricar o lubrificante, como os óleos-base e os aditivos.
  • Produção. As emissões geradas durante o fabrico do lubrificante nos centros industriais.
  • Embalagens. As emissões associadas à produção e ao transporte das embalagens utilizadas para armazenar e distribuir o produto.
  • Transporte. As emissões derivadas do transporte do lubrificante, do centro de produção para o cliente final.
  • Utilização. As emissões relacionadas com o desempenho do lubrificante nos equipamentos e motores onde é utilizado.
  • Reciclagem ou eliminação final. O tratamento dos resíduos gerados após a utilização do lubrificante, incluindo a reciclagem ou eliminação.

Para realizar esta análise, são considerados três âmbitos de emissões de gases com efeito de estufa ao longo de toda a cadeia de valor do produto:

  • Âmbito 1. Emissões diretas geradas por fontes que são de propriedade ou controladas pela empresa. Por exemplo, as emissões libertadas no processo de fabrico do produto lubrificante.
  • Âmbito 2. Emissões indiretas relacionadas com a energia adquirida e consumida para o fabrico do produto, como, por exemplo, a eletricidade ou o calor.
  • Âmbito 3. Outras emissões indiretas, como as associadas à extração de matérias-primas, ao transporte e à utilização do produto.

Neste sentido, a Repsol Lubrificantes desenvolveu uma calculadora específica, chamada Arrhenius, para avaliar de forma precisa a pegada de carbono dos seus produtos. Esta ferramenta, baseada numa Análise de Ciclo de Vida (ACV) detalhada, permite identificar os pontos críticos onde concentrar os esforços na redução de emissões, para avançar rumo à descarbonização.

A Repsol certifica a validação da pegada de carbono

Pelo quarto ano consecutivo, a Repsol Lubrificantes obteve a verificação do cálculo da pegada de carbono para a sua gama Master, segundo a norma internacional ISO 14067:2018. Esta certificação, auditada pela Lloyd's Register Quality Assurance (LRQA), confirma o rigor e precisão dos cálculos feitos pela empresa.

O processo de certificação baseia-se precisamente na utilização da calculadora Arrhenius. Esta ferramenta digital permite automatizar e aperfeiçoar os cálculos da pegada de carbono, incorporando dados atualizados e adaptando-se às mudanças no ambiente. O projeto teve início em 2021, com a primeira verificação a ocorrer em 2022. Desde então, a Repsol Lubrificantes ampliou o âmbito da sua análise, incluindo novos produtos e referências todos os anos.

Verónica Romero Ozamiz, gestora de Assistência Técnica e Desenvolvimento (ATD) da Repsol Lubrificantes, destaca a importância de possuir processos sólidos e transparentes para avançar rumo a um futuro mais descarbonizado. "A auditoria da pegada de carbono dos nossos lubrificantes valida a precisão dos nossos cálculos e a robustez da metodologia, fortalecendo o nosso compromisso com a sustentabilidade e a nossa capacidade de melhorar e de nos adaptarmos à mudança”, explicou. O rigor destas metodologias e a validação externa garantem que os desenvolvimentos na redução das emissões são reais e mensuráveis.