Como ler o rótulo dos lubrificantes

A escolha do lubrificante adequado para o seu veículo é de crucial importância para o rendimento e longevidade do mesmo. O rótulo do lubrificante de motor não é apenas um detalhe. Contém informações importantes que podem afetar diretamente o estado do seu motor. 

Pode parece complicado ao princípio, mas este guia irá ajudá-lo a interpretar o rótulo dos lubrificantes de uma forma simples e correta, para que tome sempre a decisão adequada no que à escolha do lubrificante diz respeito, e assim assegure a correta manutenção do seu veículo.

Informação do rótulo frontal

Na parte frontal do rótulo encontramos alguns dados essenciais, como a marca, o tipo de lubrificante ou a capacidade do recipiente. Esta informação permite ter uma primeira ideia sobre se o lubrificante é adequado para o seu motor. Também é aqui que se costuma indicar se o lubrificante é mineral, semissintético ou sintético. 

Código SAE: o desempenho do lubrificante a diferentes temperaturas

O código SAE (siglas em inglês para Society of Automotive Engineers) indica a viscosidade do lubrificante segundo a norma internacional SAE J300 e é fundamental para compreender como se irá comportar em diferentes condições de temperatura. O  primeiro ponto a ter em conta é verificar se se trata de um lubrificante monograduado ou multigraduado; ou seja, se foram concebidos para funcionar a uma única temperatura específica ou se podem operar eficientemente num intervalo de temperaturas, que é o mais habitual.

No caso dos monograduados, o código é acompanhado por um número que indica o grau viscosimétrico, a temperatura a que podem operar de forma ótima e, nalguns casos, a letra W como referência a Winter (inverno em inglês). 

Por exemplo, SAE 5W indicaria que pode trabalhar a temperaturas muito baixas, a partir de -30 ºC, porque tem uma maior fluidez a baixas temperaturas e permite ligar o veículo em condições ótimas sem que o motor sofra. Se o número fosse maior, como SAE 20W, a viscosidade seria superior e o produto estaria concebido para operar a temperaturas mais altas, a partir de -15 ºC.

Por outro lado, os códigos SAE dos lubrificantes multigraduados constam de dois números separados pela letra W. O primeiro número indica o grau viscosimétrico, a temperatura mínima a que pode operar, enquanto o segundo número indica-nos o grau viscosimétrico a uma temperatura de 100 ºC. 

Informação no rótulo traseiro

Normas e homologações API

No rótulo traseiro, podemos encontrar aquilo que se conhece como "donut API", que indica a qualidade do lubrificante tendo em conta as normas do American Petroleum Institute (API). Este símbolo circunda o código SAE e proporciona informação adicional.

A primeira letra (S para motores a gasolina, C para motores diesel) indica o tipo de combustível para o qual o lubrificante foi concebido, enquanto a segunda letra reflete a geração do veículo para o qual está indicado.

Assim, utiliza-se a letra N e posteriores em ordem alfabética no rótulo dos lubrificantes para motores de última geração (fabricados a partir de 2011), enquanto que as letras de J a N são consideradas de qualidade (veículos de 1996 a 2011). Os intervalos A-E e F-H identificam lubrificantes obsoletos, embora os primeiros se considerem até potencialmente prejudiciais, uma vez que foram concebidos para veículos de 1930 a 1978.

Normas ACEA e outras certificações

A Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA) oferece outro nível de classificação para os lubrificantes. Esta norma distingue-se por uma letra inicial que identifica o tipo de motor:

• A. Para gasolina.
• B. Para diesel.
• C. Para motores com sistemas de tratamento de gases de escape.

Depois, segue-se um número que indica a qualidade do lubrificante. Por exemplo, ACEA A3 ou ACEA B4 representam lubrificantes da máxima qualidade para motores a gasolina e diesel, respetivamente.

Homologações de fabricantes

No rótulo traseiro também podemos encontrar as homologações de fabricantes, que certificam que o lubrificante foi testado e aprovado para uso em determinados veículos ou condições de funcionamento. 

Outras informações de interesse

Em geral, a parte traseira da embalagem também inclui informação de interesse sobre cada lubrificante:

• Ficha de dados de segurança, que destaca as características mais importantes para a manipulação ou armazenamento do produto, como a inflamabilidade ou toxicidade. 
• Código QR, que redireciona para a ficha técnica do produto.
• Informações do fabricante, com os seus principais dados, bem como telefones de assistência pessoal e ambiental para casos de acidentes com o produto.
• Pictogramas de reciclagem. Indicam que a embalagem usa plástico reciclado que também se recicla e que o lubrificante usado é recolhido para evitar a contaminação ambiental.
• Códigos de barras, que servem para identificar o país e a empresa. São muito úteis para incorporar o preço de cada embalagem nos sistemas de pagamento nos estabelecimentos comerciais.

Como saber de que lubrificante precisa

Se tem dúvidas sobre o lubrificante que deve escolher, lembre-se que tem à sua disposição o motor de pesquisa do portal da Repsol Lubrificantes. Aqui poderá encontrar o produto indicado para o seu veículo, bastando inserir a matrícula ou o modelo do veículo.  O motor do seu veículo irá agradecer!