Diferenças entre lubrificantes de motos e de scooters: um guia para tomar a decisão certa
A lubrificação é um dos fatores que mais influencia o desempenho, a durabilidade e a segurança de uma moto ou scooter. Embora partilhem o facto de terem duas rodas, a arquitetura interna destes veículos é muito diferente e determina o lubrificante de que a sua moto ou scooter precisa.
Neste artigo, explicamos de forma clara e prática o motivo pelo qual estes veículos exigem formulações diferentes e de que forma as normas JASO MA e JASO MB ajudam a escolher o lubrificante de motor certo.
Na maior parte das motos de 4 tempos com caixa de velocidades, o motor, a caixa de velocidades e a embraiagem húmida partilham o mesmo lubrificante. Este aspeto é fundamental: o lubrificante deve proteger o motor do desgaste, suportar o cisalhamento das engrenagens da transmissão e, além disso, proporcionar o atrito adequado para que a embraiagem não patine. Portanto, o lubrificante para motos de 4 tempos deve ser estável a altas temperaturas e manter uma película resistente sob altas cargas e velocidades.
Nas scooters, a história é outra. A transmissão CVT e a embraiagem seca funcionam separadamente do motor, levando o lubrificante da scooter a concentrar-se exclusivamente na lubrificação e proteção do propulsor. Ao não estar condicionada por uma embraiagem húmida, a formulação pode incorporar modificadores de atrito que visem reduzir as perdas internas e melhorar a eficiência energética, algo particularmente valioso na condução urbana, com paragens e arranques frequentes.
Para regular estas necessidades, a Japanese Automotive Standards Organization (JASO) criou a norma JASO T903 para lubrificantes para motos de 4T, com categorias de atrito que marcam a diferença prática:
A primeira referência é sempre o manual do fabricante. É lá que irá encontrar a especificação JASO necessária (MA/MA2 ou MB), a viscosidade recomendada (ex.: 5W-40, 10W-40, 10W-50) e o nível API apropriado.
Por exemplo, se conduz principalmente na cidade, a viscosidade de um lubrificante de moto 5W-40 pode ajudar nos arranques a frio e em viagens curtas; para climas quentes ou motores sujeitos a altas temperaturas, os lubrificantes de moto 10W-50 ou 15W-50 são opções válidas, se tal for indicado pelo fabricante. Também é frequnte vermos diferenças nos intervalos de substituição, uma vez que a utilização urbana de uma scooter degrada o lubrificante prematuramente, devido a ciclos térmicos curtos e à possível diluição com combustível.
Recorde que as especificações JASO MA/MB aplicam-se aos motores 4T. Se tem uma scooter de 2 tempos, procure lubrificantes 2T com JASO FC ou FD, formulados para combustão limpa, pouca produção de fumo e excelente proteção do grupo térmico. Isso ocorre porque, nos motores 2T, o lubrificante é misturado com o combustível ou doseado por bomba, sem partilha de lubrificante com a embraiagem húmida.
Agora deve estar a perguntar-se o que acontece se usar um lubrificante JASO MB numa motocicleta com embraiagem húmida. A resposta é que pode causar patinagem da embraiagem e um comportamento irregular na transmissão, além de acelerar o desgaste. Caso esteja a pensar usar um lubrificante JASO MA numa scooter de 4T, fique a saber que alguns modelos podem aceitá-lo, mas isso não é o mais comum. Consulte o manual do fabricante.
Na Repsol, criamos lubrificantes específicos para cada necessidade:
Em resumo, motos e scooters são diferentes por fora e por dentro, pelo que a sua lubrificação também deve ser diferente. Para identificar o lubrificante que o seu veículo de duas rodas precisa, a Repsol Lubricants disponibiliza um motor de pesquisa onde poderá escrever um modelo ou matrícula para encontrar o produto certo.
Uma escolha adequada evita problemas na embraiagem, reduz o desgaste e melhora o desempenho e a eficiência. É a forma mais fácil de assegurar proteção, desempenho e tranquilidade, quilómetro após quilómetro.