"Trabalhar noutro país torna-nos mais flexíveis, resilientes e abertos à mudança"

Elisabeth Márquez

Desde há poucos meses, Elisabeth Márquez lidera a área de Marketing da Unioil Lubricants, a nova joint venture da Repsol nas Filipinas. As suas responsabilidades abrangem três marcas, a Repsol, a Unioil e a Idemitsu. Tem uma missão é clara: desenvolver a estratégia de marketing destas três marcas, assegurar o seu posicionamento no mercado e fortalecer o relacionamento com distribuidores e parceiros-chave para continuar a aumentar a quota de mercado.

Iniciou a carreira na empresa em 2017, na área de Desenvolvimento Internacional de Negócios de Lubrificantes. “Ainda não conhecia a projeção profissional que tinha pela frente”, recorda. Foi lá que aprendeu a traçar planos de negócios, estabelecer alianças ou negociar e definir estratégias. Posteriormente, na Comercial América, adquiriu experiência na gestão de orçamentos, filiais e vendas diretas. A sua última etapa em Desenvolvimento de Negócios Inorgânicos e Gestão de Joint Ventures, como confessa, “a mais intensa, mas também muitíssimo enriquecedora e gratificante”, tendo participado num projeto de M&A e apoiado parceiros estratégicos em Espanha. “Todos estes anos criaram uma base sólida de conhecimentos e experiências que me ajudam no meu novo cargo”, afirma.

Trabalhar num setor tradicionalmente masculino não tem sido um travão para Elisabeth, em parte graças às referências femininas que encontrou na Repsol Lubrificantes. "Tive a sorte de encontrar mulheres em cargos de responsabilidade, cujo valor profissional e liderança têm sido uma fonte de inspiração para mim", explica, embora admita que ainda existem ambientes onde ganhar respeito pode ser mais difícil. Por isso, dá muito valor ao facto de trabalhar "numa empresa onde a igualdade não é discutível".

A decisão de embarcar numa experiência de expatriada é também o apelo de uma filosofia pessoal: aproveitar todas as experiências que envolvam crescimento. “Embora implique uma mudança enorme e muitos sacrifícios pessoais, se pensar bem, é um presente”. Para ela, trabalhar numa joint venture oferece uma visão mais ampla e uma responsabilidade maior do que em estruturas maiores, algo que acelera a aprendizagem.

A adaptação às Filipinas não tem sido isenta de desafios: procedimentos migratórios, procura de casa, criação de contactos sociais e, ao mesmo tempo, iniciar uma nova função que exige dedicação total. Ainda assim, sublinha que "a cultura filipina está intimamente ligada à cultura espanhola, o que facilitou muito a integração". “É uma oportunidade única de sair da minha zona de conforto, aprender a trabalhar com novas culturas e desenvolver competências como adaptabilidade, resiliência e liderança”, afirma.

No seu dia-a-dia, Elisabeth não gere apenas a marca Repsol, mas também a Unioil e a Idemitsu. Com a Unioil, trabalha em projetos ambiciosos como um rebranding completo e um redesenho da arquitetura da gama. "O âmbito da gestão é muito mais amplo do que em Espanha, o que me obriga a aprender aos trancos e barrancos", explica.

A sua experiência passada na Repsol, bem como toda a formação que recebeu, foi fundamental para se adaptar ao novo ambiente. “Esta combinação de experiência e formação é muito importante”, salienta. Além disso, acredita que viver e trabalhar num país diferente dá à equipa global da Repsol Lubrificantes uma perspetiva mais ampla, maior flexibilidade e uma melhor compreensão dos ambientes multiculturais: "Fez-me muito consciente da importância de construir pontes e criar confiança".